Fóssil de crocodilo revela migrações com 65 milhões anos

08/07/2011 15:22

 

Arenysuchus gascabadiolorum teria o mesmo aspecto e hábitos dos crocodilos actuais

Descoberto em 2008, nos Pirenéus, o segundo fóssil de crocodilo mais antigo do mundo (e primeiro da Europa), foi já estudado e está publicado no mais recente número da PloS ONE. Quando o planeta era dominado pelos dinossauros, as pequenas ilhas que eram na altura os Pirenéus estavam habitadas por crocodilos diferentes, mas não muito, dos que existem hoje em dia.

Batizado como Arenysuchus gascabadiolorum, este animal com 65 milhões de anos foi recuperado e estudado por investigadores do grupo Aragosaurus - IUCA da Universidade de Saragoça (Espanha). As parecenças deste fóssil com outros da mesma época achados na América revelam que estas ilhas não estavam tão isoladas como se pensava.

Segundo o estudo, o fóssil corresponde a um crocodilo pequeno, com comprimento que oscila entre 1 e 1,5 metros. O seu aspecto e modo de vida não deviam variar muito dos crocodilos atuais.

O crânio do Arenysuchus gascabadiolorum foi descoberto em Arén, na província de Huesca, pelos paleontólogos José Manuel Gasca e Ainara Badiola, do Aragosaurus-IUCA, centro coordenado por José Ignacio Canudo.

Antes deste estudo os cientistas acreditavam que naquele momento da Terra, a Europa seria um conjunto de ilhas isoladas e intransponíveis. Como este exemplar é muito semelhante a outros crocodilos encontrados no continente americano, pensa-se agora que o isolamento não seria tão grande, havendo mesmo intercâmbio e migrações entre espécies.

Artigo: A New Crocodylian from the Late Maastrichtian of Spain: Implications for the Initial Radiation of Crocodyloids

 


 

Origem: Biologias
Fonte/Referências: https://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49815&op=all
Autor(a)/Créditos: Ciência Hoje